A gastrectomia é um procedimento que remove parcialmente ou completamente o estômago. Pacientes com câncer, com níveis graves de obesidade e com úlceras podem ser beneficiados por essa cirurgia.
Além do estômago, na gastrectomia, podem ser retirados algumas estruturas que estão próximas a ele, como os linfonodos, o baço, o pâncreas, entre outros.
Essas remoções, porém, irão depender da doença que está sendo tratada e da gravidade. Elas não são feitas em todas as gastrectomias.
A alimentação do paciente, após a gastrectomia, pode sofrer pequenos ajustes. Porém, a cirurgia não afeta a sua qualidade de vida - na verdade, ela serve para aumentá-la.
Para saber mais sobre a gastrectomia, os seus tipos e indicações, confira, a seguir, o conteúdo que preparamos.
Tipos de gastrectomia
Atualmente, existem três tipos de gastrectomia e cada uma delas é indicada para diferentes tratamentos.
O médico cirurgião irá decidir o melhor método de acordo com a doença que precisa ser tratada, bem como o seu avanço, o histórico do paciente e suas condições de saúde.
Confira a seguir os diferentes tipos de gastrectomia:
Gastrectomia total
Como o próprio nome sugere, a gastrectomia total remove 100% do estômago do paciente.
Ela é fortemente utilizada em casos mais avançados de câncer de estômago e ajuda a prevenir que a doença avance e se espalhe.
Por outro lado, quando as células cancerígenas se instalam em órgãos próximos, eles podem ser removidos parcialmente junto com a gastrectomia. É o caso do baço, esôfago, intestino, pâncreas, entre outros.
Gastrectomia parcial ou subtotal
Também conforme sugerido pelo nome, a gastrectomia parcial ou subtotal retira apenas uma porção do estômago.
Essa técnica pode ser aplicada em casos onde o órgão está acometido por uma doença, mas não está totalmente tomado por ela.
A parte do estômago que permanece, é ligada ao intestino, de forma que o trato digestivo siga o seu caminho normalmente.
Gastrectomia vertical
A gastrectomia vertical é realizada para tratar casos graves de obesidade e em alguns tumores muito específicos do estômago como os GISTs.
Nesse procedimento, é retirado uma parte lateral do estômago, transformando-o em um tubo fino e alongado.
Assim como na gastrectomia parcial, a quantidade de comida que o paciente consegue ingerir é alterada e, por isso, traz grandes benefícios no processo de emagrecimento.
Quando a gastrectomia é indicada?
Conforme você pôde perceber acima, a gastrectomia é indicada, principalmente, em casos de obesidade e câncer de estômago.
No caso da obesidade, a gastrectomia é indicada quando outros tratamentos já foram utilizados, porém não tiveram efeito.
Além disso, ela não é a única técnica cirúrgica para tratar esse problema. Também podem ser utilizadas a técnica de Bypass Gástrico, Banda Gástrica e Derivação Biliopancreática.
Outras situações onde a gastrectomia pode ser indicada são:
- Caso de úlcera gástrica;
- Presença reincidente de pólipos no estômago;
- Tumores benignos;
- Sangramentos constantes;
- Inflamações crônicas no estômago.
É possível viver sem o estômago?
Uma das formas da gastrectomia é a remoção total do estômago.
Nesses casos, pode surgir a dúvida: é possível viver sem o estômago?
E a resposta é: sim! É possível viver sem estômago e isso não afetará a sua qualidade de vida.
Isso porque o estômago não é o único órgão responsável pela digestão dos alimentos. Na verdade, a sua atuação maior é como um depósito de comida e, a grande parte do processo digestivo, acontece nos intestinos.
Porém, mesmo que a qualidade de vida não seja afetada, é importante que o paciente tenha cuidados especiais com a alimentação após a retirada do órgão, já que alguns dos nutrientes não serão absorvidos corretamente.
O acompanhamento médico e nutricional após a gastrectomia total são de extrema importância. Além disso, é necessário uma reeducação alimentar, por parte do paciente.
Preparos para a gastrectomia
Em qualquer um dos casos de gastrectomia, são necessários alguns preparos especiais do paciente.
Tratamento para obesidade
Nos casos de pacientes que irão operar para tratamento de obesidade, é necessário um laudo psicológico que aponte que ele está apto a realizar a cirurgia.
Além desse, um segundo laudo é requerido, dessa vez emitido por um endocrinologista. Nele, deverão constar toda a variação de peso do paciente dos últimos dois anos, bem como as suas comorbidades e tentativas de emagrecimento.
Tratamento para o câncer
Quando a gastrectomia será realizada para tratar do câncer, serão necessários mais alguns exames de imagem do local.
Junto com os demais, eles ajudarão o médico a decidir o melhor tipo de cirurgia e a melhor abordagem para cada paciente.
Além desses específicos, são necessários exames de sangue, de imagens e cardíacos para todos os pacientes que passarão por uma gastrectomia, independente do seu tratamento.
Dessa forma, o profissional responsável garante que não há nenhuma comorbidade que possa atrapalhar a cirurgia.
Qualquer outro tipo de preparo mais específico será informado pelo cirurgião que acompanha o caso.
Pós-operatório de gastrectomia
Nos primeiros dias após a cirurgia, o paciente se alimentará exclusivamente com alimentos líquidos, de forma que ajude na recuperação do procedimento, não sobrecarregue o corpo e mantenha as vitaminas necessárias.
Dependendo do tipo de cirurgia e das condições de saúde do paciente, ele pode passar alguns dias em observação na UTI ou no quarto do hospital. Em alguns casos, principalmente na cirurgia para tratamento de obesidade, o paciente recebe alta em 24h.
Passados os primeiros dias pós-procedimento, os pacientes começam a ingerir alimentos pastosos, sempre controlando as quantidades e com opções de grande valor nutricional.
Por fim, após algumas semanas da gastrectomia realizada, o paciente começa a ser introduzido aos alimentos sólidos.
O momento pós-cirúrgico pode ser muito delicado para aqueles que passam pela operação.
Por isso, é indicado que os pacientes sigam com um acompanhamento psicológico após estarem recuperados da cirurgia.
Isso ajudará a lidar com o momento que estão vivendo, com a ansiedade e outros fatores emocionais que podem surgir.
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