O câncer de estômago também é conhecido como câncer gástrico e se desenvolve lentamente por anos. Normalmente, ele começa como lesão ulcerada, que provoca sintomas como dor, azia e até mesmo perda do apetite quando já está mais avançado e provoca poucos sintomas nos estágios mais iniciais da doença.
Mesmo que não seja muito conhecido, o INCA, Instituto Nacional do Câncer, estima que o câncer de estômago seja o 5º mais incidente de todo o Brasil até o final de 2022. Entre os afetados, a maioria são homens, acima dos 65 anos de idade.
Esse câncer tem grandes taxas de cura quando diagnosticado precocemente e tratado. Por isso, é essencial conhecer melhor sobre o que causa, os seus sintomas e a prevenção. Confira a seguir.
O que pode causar o câncer de estômago?
Não há uma causa específica e determinante para o câncer de estômago. O que se sabe é que existem alguns fatores que podem aumentar o risco do paciente desenvolver a doença. São eles:
- Excesso de peso;
- Infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori);
- Fumar;
- Consumo excessivo de álcool;
- Consumo excessivo de alimentos em conserva, defumados, ou com sal;
- Doenças pré-existentes, como anemia perniciosa, gastrite atrófica e metaplasia intestinal;
- Exposição frequente a elementos químicos ou cancerígenos, como agrotóxicos, benzeno, óleos minerais, amianto, entre outros;
- Cirurgias anteriores no estômago.
Além desses citados acima, há o fator hereditário, ou seja, quando há histórico de alguém da família que já apresentou a doença anteriormente.
Felizmente, é baixa a taxa de incidência dos pacientes que desenvolvem o câncer de estômago por meio de genes herdados: variam entre 3 a 5%.
É importante ressaltar, também, que se você possui apenas um fator de risco isolado, ele não significa que você irá desenvolver a doença, mas, será mais propenso a ela.
Por exemplo, não é porque você já foi infectado pela bactéria H. pylori que você terá, necessariamente, o câncer de estômago. Porém, esse fator será um risco maior e, portanto, demandará um acompanhamento mais regular ao médico.
Sintomas do câncer de estômago
Conforme falamos acima, o câncer de estômago é silencioso, ou seja, não apresenta grandes sintomas no início.
Somado a isso, quando eles aparecem, esses sinais também podem ser facilmente confundidos com outras doenças, já que eles incluem:
- Indigestão;
- Sensação de estufamento após as refeições;
- Azia e refluxo;
- Náusea;
- Perda de apetite.
Já em um estágio mais avançado, os sintomas do câncer de estômago podem incluir:
- Dores no estômago;
- Presença de sangue nas fezes;
- Dificuldade para engolir os alimentos;
- Perda de peso;
- Náusea e vômitos frequentes;
- Azias frequentes;
- Inchaço no abdômen;
- Fraqueza e sensação de cansaço;
- Diarreia ou prisão de ventre.
É importante lembrar que esses sintomas também são comuns a outros problemas de saúde, como refluxo, gastrite ou de apenas um alimento que não fez bem ao organismo.
Por isso, se você está apresentando um ou mais desses sinais, procure o seu médico de confiança! Ele irá solicitar os exames necessários e prescrever os medicamentos corretos para o seu caso.
Devemos ressaltar que o uso de alguns medicamentos para o estômago pode “mascarar” ou “minimizar” os sintomas do câncer de estômago, dificultando o seu diagnóstico.
Como é feito o diagnóstico do câncer de estômago?
O diagnóstico do câncer de estômago começa com uma consulta médica. Nela, o profissional responsável, geralmente um gastroenterologista ou cirurgião do aparelho digestório, irá conhecer todo o seu histórico médico e familiar, além de analisar os sintomas reportados.
Depois disso, o médico pedirá alguns exames, como:
- Exames de sangue;
- Endoscopia com biópsia, ou seja, o médico realizará a endoscopia, que consiste em um exame de imagens do interior do estômago e, depois, irá tirar um pequeno pedaço de tecido, que será analisado para identificar se há células cancerígenas;
- Tomografia;
- Ultrassonografia da região;
- Raio-x.
Depois que o diagnóstico for confirmado, são feitos os exames para verificar o estágio da doença, de forma que o melhor tratamento seja escolhido.
Tratamentos possíveis para o câncer de estômago
Além de considerar o nível do câncer, o tratamento também será feito pensando nas condições de saúde da pessoa. As opções são:
Cirurgia
A cirurgia é um dos procedimentos que pode apresentar grande resultado quando falamos do câncer de estômago. Isso porque há três opções para realizá-la:
Ressecção endoscópica da mucosa estômago
Esse primeiro procedimento é realizado quando o câncer ainda está em seu estágio inicial e o tipo de câncer é bem diferenciado.
Ela consiste em remover todo o revestimento interno do órgão, conhecido como mucosa, por meio de uma endoscopia.
Gastrectomia subtotal
Nessa cirurgia, o profissional irá retirar apenas uma parte do estômago do paciente, no caso, a que está afetada pela doença.
Em alguns casos, retira-se, também, uma parte do esôfago ou a primeira parte do intestino, conhecida como duodeno. Depois, a parte saudável que foi mantida, é religada aos órgãos.
Para o paciente, é mais confortável manter parte do estômago ao invés de removê-lo completamente, conforme veremos a seguir.
Gastrectomia total
Como o próprio nome sugere, a gastrectomia total remove todo o estômago do paciente.
Ela é mais indicada nos casos onde a doença está em um nível mais avançado ou na região superior do órgão, próximo ao esôfago.
Quando essa cirurgia é feita, alguns gânglios que ficam ao redor do estômago também são retirados para biópsia. Caso elas tenham o resultado positivo para as células cancerígenas, significa que a doença começou a se espalhar pelo corpo.
Se outros órgãos que ficam ao lado do estômago, como o pâncreas ou o baço, forem afetados por células cancerígenas, pode ser necessária a remoção desses órgãos também.
Quimioterapia
A quimioterapia é uma forma de tratamento muito conhecida quando o assunto é combate ao câncer.
Ela utiliza substâncias químicas, como medicamentos orais ou venosos, para eliminar as células que estão causando o câncer no corpo.
O tratamento com quimioterapia pode ser combinado com a cirurgia. Nesse caso, o paciente realiza algumas sessões antes da cirurgia, para diminuir o tamanho do tumor, e após a cirurgia, para eliminar possíveis células contaminadas que não tenham sido retiradas.
Radioterapia
Esse é outro tratamento comum quando o assunto é câncer.
A radioterapia utiliza radiação para reduzir, destruir ou controlar as células cancerígenas.
Algumas vezes, é recomendada junto com a quimioterapia e após a cirurgia, para prevenir o reaparecimento do câncer e para atingir células menores, que podem não ter sido retiradas no procedimento.
Ela também pode ser utilizada para diminuir tumores muito grandes antes de uma cirurgia e ajuda a amenizar a dor e os sangramentos do paciente. Além disso, contribui para melhora em sua digestão.
Imunoterapia
A imunoterapia utiliza alguns medicamentos que estimulam a imunidade para que o próprio corpo ataque as células cancerígenas do estômago.
Ela pode ser realizada em conjunto com a quimioterapia e ajuda a controlar o crescimento e desenvolvimento do câncer.
Agora que você conhece melhor o câncer de estômago, fique atento aos possíveis sinais e mantenha uma rotina saudável, com uma alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos, para diminuir os riscos de desenvolver a doença.
Além disso, mantenha as suas consultas médicas periódicas em dia, bem como os exames preventivos.
E não se esqueça de compartilhar esse texto com os seus familiares e amigos, para que eles possam conhecer melhor a doença e também tomar os cuidados necessários.